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Lionízia Goyá. A Escritora Que Fala do Cerrado Com a Linguagem Da Arte

João Gabriel dos Santos Maia

3º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio em Informática para Internet

 

Captura de tela: João Gabriel

A tecnologia da informação favorece experiências pouco imaginadas, há pouco tempo atrás. No dia 21 de fevereiro, por meio da plataforma Google Meet, tivemos uma conversa muito agradável com a escritora e artista plástica Lionízia Goyá.

Chegamos até ela por conta de uma campanha organizada pela prof.ª Izabel Castanha Gil, que está empenhada em incentivar o plantio de jatobá e de outras espécies de frutíferas nativas do bioma Mata Atlântica, que recobria grande parte do Brasil, estendendo-se na maior parte do território paulista, onde se localizam as cidades da Nova Alta Paulista. Por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, a professora pretende atingir pessoas de todo o Brasil, que tenham alguma memória ou que façam uso do jatobá. Lionízia foi a primeira pessoa a se manifestar.

Eu faço parte desse projeto como bolsista PIBID CNPq/UniFAI/ETEC Eudécio Luiz Vicente e sou orientando da professora Izabel.

A entrevista atendeu um dos objetivos do projeto: “Acompanhar e participar dos experimentos com frutíferas nativas, em especial o jatobá, como esforço para a recomposição de parte da biodiversidade original e como fonte de renda, a partir da criação de alimentos de alto valor agregado, na Nova Alta Paulista”.

A escritora nos apresentou uma forma muito original de se relacionar com o jatobá: ela incluiu as flores e os frutos do cerrado em suas histórias infanto-juvenis. No seu livro Bruna Una Luna (Assis Editora, 2018), ela retrata, em forma de poesia, a história de uma menina morena, que é apresentada a várias frutas e flores do cerrado, sendo uma delas o jatobá.

Lionízia Goyá é escritora e artista plástica, estudou Artes na Universidade Federal de Uberlândia. Nasceu em uma cidade pequena do extremo sudoeste goiano, chamada Caçu. Aos 11 anos, teve que se mudar para a cidade, junto com seus irmãos, pois a escola era muito longe da fazenda onde moravam.

Seus estudos não tinham um caminho definido e uma de suas tias lhe deu o incentivo que precisava. Outra inspiração na vida da artista foi um professor, quando ela já era universitária. Ele acreditou nas escritas simples de Lionízia e também apostou em seus desenhos. “A arte mudou a minha vida e acredito que, por meio dela, posso contribuir para mudar a vida das pessoas, também”, diz a escritora.

Lionízia começou sua vida escolar em uma escola rural multisseriada, que, em apenas uma sala, todas as séries do ensino fundamental I estão juntas. Ela e seus irmãos acordavam às cinco da manhã e iam para escola com uma lamparina.

Na infância, um de seus professores contribuiu muito para que ela percebesse o ambiente em que vivia, e foram os hábitos deste professor que marcaram a escritora.  Por ter crescido na fazenda, numa região onde esse fruto era abundante, o jatobá fazia parte de suas refeições. Esse contato próximo com a natureza, na vida simples no campo, fizeram com que essa relação entre o jatobá e a Lionízia fosse mais íntima. Suas experiências pessoais a levaram a conviver com muitas outras flores e frutos do cerrado e ela os retrata em seus livros infanto-juvenis: a pitanga, gabiroba, e tantas outras que compõem a biodiversidade desse bioma brasileiro.

No lançamento do livro Bruna una Luna a autora inovou: ela quis que as pessoas provassem alguns dos sabores do cerrado. Em parceria com uma indústria alimentícia de Uberlândia, chamada Chef Mineirim, ela levou a geleia do jatobá e outros oito sabores de geleia. “Além da história e das imagens presentes no livro, a ideia é que os leitores degustem o sabor do livro”, destaca a escritora.